Tuesday, October 30, 2012

Balada da Despedida






Fitas doiradas, por-do-sol raiadas a riscar o mar.
Meros testemunhos, folhas de rascunhos do curso a acabar.
Canções de amizade, refrões de saudade de quem vai partir.
Adeus Faculdade, adeus terna idade, lembrança a sorrir.

Dentro de um estudante o eterno amante de capa luar.
Existe a vontade de que a faculdade o deixe ficar.
Mas tal como o dia, a noite fugidia irá destronar.
Também negras capas transformam-se em batas para não mais voltar.

O tempo não cede ao clamor que lhe pede para voltar atrás.
Das fitas apenas memórias serenas de um sonho fugaz.
A página vira e a alma respira por mais um momento.
Seis anos de amor, paixão e fulgor, levou-os o vento.





No ano passado foi assim. A cada ano que passa a Balada da Despedida está mais próxima de ser a minha, a cada ano que passa a Balada da Despedida dá-me um aperto maiorzinho no peito. Amanhã é a última Noite da Medicina antes da minha. Parece que foi ontem que entrei pela primeira vez no Coliseu dos Recreios, caloirinha, com tanto para aprender. Gosto desta tradição. Gosto do facto de termos sentido de humor suficiente para organizarmos uma coisa destas, e gosto do facto de sermos sentimentalistas o suficiente para ficar com a lágrima no canto do olho com a Balada da Despedida e o Fado do Estudante. 







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