Thursday, July 28, 2011

- Uma das coisas que imagino é daqui a trinta anos estar ao volante de um jipe grande - um BMW, por exemplo - a levar os meus dois filhos, que estão sentados no banco de trás, de camisa branca e calças bege, ao colégio. Não sei porquê, mas é daquelas imagens que espero mesmo que se concretizem...





Parece que de repente acordámos todos para a vida e percebemos que há mais para além da medicina. Dou por nós a falar sobre o futuro, uns com um brilhozinho característico nos olhos a falar de monovolumes e, presumo, a imaginar toda uma família numa ida de férias, outros a comentar a roupa que vão vestir aos filhso ao domingo, quando forem à pastelaria da moda (depois da missa?), outros ainda a tentar atirar número de filhos "não quero só um. dois não era mau. três tem aquela chatice de que sofre a Inês - Síndrome do Filho Sanduíche. quatro não era mau, mas era bom se houvesse um par de gémeos!". 

Acho que é para provar que não somos tão crominhos assim.


Wednesday, July 27, 2011

Já perdi a conta ao número de melhorias que fui fazer durante o curso. Por norma tento fazer tudo na primeira fase e tento fazer melhoria a tudo na segunda fase, mas nem sempre o faço. Por isso, no semestre passado resolvi ir melhorar um exame de primeiro ano - tinha tido 17 mas era um exame de Ética, que eu achei que não seria muito difícil de subir. Quando foi feita a chamada eu só conseguia pensar: estás no 3º ano e estás a fazer um exame de 1º; é bom que isto não te corra muito mal, caso contrário vais ser gozada para o resto da vida. O exame não correu muito bem nem muito mal e acabei por ter 17 na mesma, muito mais do que a maioria dos caloiros. Hoje o pensamento não é muito diferente, com a agravante de que o exame é de Introdução à Clínica. Ou seja, é medicina. É medicina e eu estou a acabar um estágio de dois meses, onde andei a ver doentes com algumas das patologias que hoje saem no exame. Tenho mais do que obrigação de tirar uma boa nota.

(Até porque, muito honestamente, estudei muito mais para o exame de hoje do que para o do ano passado. Pormenores.)

Monday, July 25, 2011

Limitam-se a perguntar o que quero ser quando for grande, se já considerei trabalhar com velhinhos, que era boa era para tratar das criancinhas, que com a paciência que tenho devia ir para um Centro de Saúde. Perguntam e mandam palpites, um atrás do outro, “porque bom é na privada: trabalha-se menos e recebe-se mais!”, “o pior não são os gritos dos miudinhos, são as preocupações dos pais!”. Todos perguntam o que quero fazer. Ninguém pergunta quem quero ser; se perguntassem responderia que quero ser alguém que é acordada demasiado cedo a um domingo por um miúdo a pedir mimo, que enche uma caneca de café forte com um pingo de leite e lê as notícias do dia sentada ao lado de um filho que vê bonecos na televisão, com uma manta sobre as pernas e um bigode de leite com chocolate. Quero ser a pessoa que acorda o marido com um beijo na testa e vai trabalhar com um sorriso na face, no primeiro dia e em todos os anos seguintes; que faz jantaradas com os amigos, fala do que fomos e do que sonhamos, conta e ouve sobre os filhos e o mundo, bebe um bocadinho demais de quando em vez e canta as músicas da juventude e da juventude dos pais, por entre gargalhadas exageradas e brindes “à nossa!”. Se me perguntassem contaria que quero ter um cão, ou um gato (, ou ambos!), que quero fazer panquecas para o pequeno-almoço dos dias especiais, que quero um jardinzinho com amoras, framboesas e mirtilos apanhados entre beijos e goles num copo de limonada caseira com gelo e hortelã. Se alguém me perguntasse, diria isso e muito mais. Mas ninguém pergunta, ninguém quer saber. E por isso, quando alguém me pergunta o que quero ser quando for grande limito-me a dizer que ainda não sei. E sorrio.

Monday, July 18, 2011

'till it's six a.m. and I'm all messed up.

Preciso de um copo de uma coisa qualquer que me enebrie a alma e me faça desaparecer.

Tuesday, July 5, 2011

Uma pessoa é sincera e depois é isto...

"- Diz lá.
- Digo lá o quê?
- Não sei, às vezes mandas-me uns olhares como quem está a pensar mas não diz...
- Estou a pensar que és bonito.
- Pronto. E ainda gozas..."