Faz amanhã cinco semanas que cheguei. O tempo passou a correr, e o amor por esta terra foi crescendo ao mesmo tempo que aumentavam as saudades de casa. Há aqui coisas que não suporto. As únicas três velocidades: devagar, devagarinho e parado (que se traduz no 'leve leve' que este povo tanto diz). A desorganização que leva ao cancelamento de uma cirurgia por não haver compressas quando no dia anterior as deram para alguém secar as mãos. A forma como as crianças gritam na berma da estrada "Dôxi, dôxi, dôxi", por terem sido educadas (?) a acreditar que não importa se não temos nada, alguém nos há-de dar o que não temos. A mão minúscula de um bebé de dez meses com peso de recém-nascido, porque a mãe simplesmente nunca se importou o suficiente para o alimentar. E no entanto, na hora de me começar a despedir, agarro-me a este país como o recém-nascido de dez meses me agarrou o dedo depois de lhe ter feito um carinho. Em cinco semanas aprendi a amar esta terra. Aprendi a amar este povo que não é meu como se fosse. E na hora da despedida tenho um nó na garganta e pesa-me no peito o olhar de cada criança, o sorriso de cada uma das pessoas que eu conheci por cá, as saudades de um lugar que foi a minha casa e que não sei se algum dia vou voltar a ver. Na hora da despedida caem-me pela face as lágrimas que não apareceram em Portugal.
(Faltam menos de 36 horas para estar em casa. Até já.)
Most things never happen. Things that I fear. Things that I dream. Things that I love.
Monday, September 24, 2012
Friday, September 21, 2012
A minha melhor amiga faz vinte e três anos hoje e nem faz ideia do quanto me custa não poder estar com ela hoje. Mas porque sei que como este vão haver muitos aniversários dela para celebrarmos juntas, finjo que não tem grande importância e limito-me a lembrá-la que gosto muito dela e que estou mesmo muito contente por ela ter nascido e por nos termos conhecido.
Tenho saudades tuas, caraças!
Tenho saudades tuas, caraças!
Monday, September 17, 2012
Thursday, September 13, 2012
Encontrámo-nos no inverno passado para celebrar o seu aniversário. Juntou-se toda a família, ou quase toda, algo que já não acontecia há algum tempo. Cada um foi como é. O dia de hoje é marcado pelo peso da morte e pela certeza de que esse foi o último dia. Cada um de nós vai ter de viver com as atitudes que tomou, porque já não há uma segunda oportunidade, não desta vez.
E juntamente com o luto paira sobre mim o sentimento de que isto é apenas o início. Que esta é apenas a primeira de muitas que se seguirão, porque a vida é mesmo assim, e a idade não perdoa. E surge-me uma vontade incontrolável de dizer aos meus avós que os amo, porque as pessoas devem ser aproveitadas enquanto cá estão.
E juntamente com o luto paira sobre mim o sentimento de que isto é apenas o início. Que esta é apenas a primeira de muitas que se seguirão, porque a vida é mesmo assim, e a idade não perdoa. E surge-me uma vontade incontrolável de dizer aos meus avós que os amo, porque as pessoas devem ser aproveitadas enquanto cá estão.
Sunday, September 9, 2012
Thursday, September 6, 2012
É incrível como aquilo que me faz falta são as coisas que não valorizo nada em Portugal. Poder tomar banho sem chinelos. Poder pegar num copo e beber água da torneira. Sair de casa sem repelente de insectos e chegar a casa sem estar picada. Ir ao talho e haver carne boa. Comer e cozinhar algo que não atum/salsichas/cogumelos/todo o tipo de enlatados. Beber bebida sem gelo. Comer gelados. Tomar um café de jeito (irónico, não?).
Gosto tanto do dia-a-dia da minha sociedade civilizada...
Gosto tanto do dia-a-dia da minha sociedade civilizada...
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