Saturday, October 29, 2011

Sabes, quando disse que tinha inveja dos teus amigos não estava a exagerar. Às vezes chego mesmo a ter inveja do ar que respiras.

Tuesday, October 25, 2011

Às vezes pergunto-me se a busca incessante por alguém não fará parte do meu carácter. E se, um dia encontrando alguém, não deixo de ser eu mesma para ser outra qualquer,

Sunday, October 23, 2011

A chuva já veio e a tarde vai ser acompanhada de um termo de café com leite, os apontamentos de Neurologia e música daqui. Sabe bem.

Friday, October 21, 2011

Tuesday, October 18, 2011

Noite de Fados

Não sou pessoa de Fados todos os dias, nem pouco mais ou menos. Mas às vezes sabe-me bem. Porque sou portuguesa e o Fado está dentro de mim, e de vez em quando é preciso sentar-me a uma mesa com um caldo verde, uma chouriça e uma fatia de broa, e ouvir cantar quem sabe.

Sunday, October 16, 2011

Imaginem a seguinte situação:

A Inês muito animada ao volante do seu carrinho com pouco mais de meio ano, estaciona no parque do supermercado. Sai do carro, olha para o estacionamento e pensa: está muito para fora, o nabo que pôs o carro à minha esquerda não o centrou no lugar e agora o meu fica de fora e depois, com a sorte que eu tenho, batem-me. É melhor procurar outro lugar. A Inês entra no carro, vê um lugar entre dois, em paralelo, à direita e pensa: É mesmo aqui! Não sei muito bem como, a Inês bate no carro do lado. A Inês tira o carro do sítio e vai pará-lo no lugar onde o tinha inicialmente. Telefona ao Pai (é isso que se faz quando se bate, certo?), que chega em 3 minutos e resolve a situação, combina com o dono do outro carro a que garagem é que ele o pode levar, porque lhe fazem um preço especial por causa dos carros da empresa. O Pai da Inês dá-lhe um beijo na testa, diz que estas coisas acontecem e vai-se embora. A Inês vai comprar a porcaria das meias de descanso que motivaram a ida ao supermercado e vai para casa.
Ao chegar a casa, a Inês diz à Mãe: Mãe, bati com o carro a estacionar. Ao que a Mãe responde: Muito tempo andaste tu sem bater com o carro!

Foi assim que percebi que não desiludi nenhum dos meus pais quando bati pela primeira vez, eles já estavam surpreendidos por eu nunca ter batido. De certeza que montaram um daqueles sistemas de apostas quando me deram o carro, para ver quanto tempo eu aguentava sem bater!

Friday, October 7, 2011

Querido mês de Outubro,


Eu sei que Julho, Agosto e Setembro devem passar a vida a dizer-te que as pessoas gostam mais deles do que de ti porque mimimi as férias de verão, e mimimi praia e sol, e mimimi calor e tal. Eu sei que sim, e que deve ser complicado estar sempre a ouvir isso, mas pelo amor a tudo o que é bonito nesta terra, 30º graus já tu vais a meio?! Poupa-me! Sê tu próprio e traz lá um bocadinho de frio, que isto já não se aguenta!

Beijinho,
Inês.

Wednesday, October 5, 2011

Sobre a sociedade, o amor e a vida.

A sociedade ensina-nos desde pequeninos que é suposto vivermos aos pares. Que um dos nossos objectivos de vida tem de ser arranjar alguém com quem partilhar todos os outros objectivos. Que devemos casar e ter filhos e fazer perdurar no tempo o nosso sangue e o nosso nome. Nada disto é obrigatório, mas arranjámos maneira de criticar em tom de gozo quem não o faz: falamos de solteirões, daqueles que ficam para tios, ... Os contos de fadas, os filmes da Disney, as histórias inventadas pelos pais e avós pegam nesta ideia e envolvem-na em magia. Falamos de casais felizes para sempre, com muitos filhos e muitos sorrisos para partilhar. O mau da fita fica sempre só. E assim nasce, em crianças muito pequenas, a ideia de que é preciso ter um namorado. E iniciam-se as brincadeiras de faz-de-conta, em que "faz-de-conta que eu sou uma senhora muito bonita e tu és um senhor muito forte e muito bonito e nós nos apaixonamos e tu perguntas se eu quero casar contigo e temos muitos filhinhos e vivemos felizes para sempre". (E a respostas passa inevitavelmente por um "E faz de conta que agora há uma guerra e morre toda a gente e ..." - os rapazes são sempre menos sensíveis aos contos de fadas do que as meninas...). Esta ideia de família perfeita em que o Marido traz o dinheiro para casa e a Mulher dá o útero e o amor perdura mais ou menos até ao 5º ou 6º ano, onde as raparigas tendem a ganhar a ambição de fazer mais do que ter filhos, e passam a sonhar com uma vida em que é possível conciliar tudo. Nesta altura os rapazes perdem a capacidade de ambicionar o que quer que seja, e quando o fazem é algo como "beber três cervejas seguidas", "dar um beijo à Rita de lá da turma" ou "conseguir copiar no teste sem a stôra dar conta". No secundário tendem a passar por uma fase em que até acham piada à Ciência, e "uma engenharia até era fixe", e conseguem arranjar algum tempinho para estudar nos intervalos de estar com a Teresa, que está tão apaixonada que voltou aos seus seis anos de idade, e só sonha em tirar um curso que não dê muito trabalho, casar e ter filhos.
Eu não me apaixonei a sério até ao último ano do liceu, e quando o fiz já tinha a Medicina tão enraizada na minha mente e no meu futuro que o sonho não se moveu nem um milímetro. Quando nos apaixonamos a valer, quer queiramos quer não, pensamos no futuro ao lado daquela pessoa; e comigo não foi diferente. Mas a dada altura tinha duas paixões incompatíveis, e acabei por ter de optar por uma delas. Fiquei sozinha e entrei em Medicina. E durante muito tempo não consegui deixar a sensação de que se estava sozinha era porque era a má da fita. A minha afilhada começou a pedir-me para lhe ler contos de fadas mais ou menos nessa altura, e eu voltei a achar que só podia ser feliz quando encontrasse alguém. E fui pouco feliz por isso durante bastante tempo.
Depois, cresci. Apaixonei-me no segundo semestre do primeiro ano da faculdade e um enorme desgosto fez-me repensar o meu modo de ver a vida. Estou-lhe muito grata por isso, fez-me sofrer mas ensinou-me a ver a vida com outros olhos. Desde então, sou feliz. Uns dias mais, outros dias menos. Continuo sozinha, eu e a Medicina. Continuo a ler romances e a ver comédias românticas e, de vez em quando, chego mesmo a acreditar em príncipes e em amor à primeira vista. Aprendi a estar e a gostar de estar sozinha, e da liberdade que isso me dá, embora não a goze tão frequentemente quanto isso. E um dia isso vai acabar; mais cedo ou mais tarde, vai acabar. Mas tenho vinte e um anos, e a probabilidade de a minha próxima relação não resultar é grande. Por isso escrevo isto, para me lembrar que um dia eu achei que não era possível ser feliz sozinha, e que a vida me ensinou a sê-lo. Bastou passar a ver a vida com outros olhos.

Tuesday, October 4, 2011

Não acreditem quando vos dizem aquelas baboseiras de "há autocarros, comboios, carros e aviões". Sim, essas coisas efectivamente existem. Mas quando não podem ser utilizados e ainda não há previsão para a sua utilização, e as coisas estão tudo menos definidas, o que acontece é que quando ele dá um passo em frente, tu dás um para trás, e quando tu dás um passo para a frente, ele dá um passo para trás.