Thursday, August 26, 2010

Sobre malas e viagens

Diz o AA, com quem não falava há algum tempo e a quem estive a resumir as minhas férias, que eu nem chego a guardar a mala, que ainda nem acabei uma viagem, já estou a pensar na próxima. Podia ser verdade, sim senhor, não fosse eu ter uma mala para bagagem de mão de avião/ de comboio e uma mala para ir para o porão. :P
E agora vou ali fazer não uma, mas duas malas. Lá está, uma para comboio e uma para avião. Roam-se de inveja por um bocadinho, mas divirtam-se por cá.

Tuesday, August 24, 2010

Lisboa: "visita de médico"

Se há coisa de que gosto é de tardes passadas em Lisboa sem ser em tempo de aulas. Gosto do ambiente da cidade, duma confusão a que me fui habituando e que às vezes chega a fazer falta. A tarde de hoje foi passada com a JS e a L, passeando por Campo de Ourique (que, segundo a minha amiga wikipedia, é um mundo completamente à parte) e arredores, com direito a muita parvoíce, conversas de velhas de 60 anos e de miudinhas de 14, a um convite para o Baile da EMEL (foram 15 minutos, pá!) e muitas gargalhadas. À noite fui tomar um café e meio waffle de chocolate e banana ao 'café do costume' (sendo que o costume é meia dúzia de vezes por semestre, talvez nem tanto...) e passeei um bocado pela minha zona com um amigo. Dia bem passado!
Amanhã vou sair de casa bem cedinho, munida de um livro e muita paciência para ir tratar de umas coisas à Loja do Cidadão. Depois, de volta ao Norte, que a minha cidade não é esta!

Monday, August 16, 2010

Festas de Nossa Senhora do Socorro



Quando era pequena fazia sempre questão de passar o 15 de Agosto nos meus Avós. Adorava assistir à procissão, rodeada de primos e primas, tios e tias, ver os andores - 'Oh, aquele está tão lindo!'. Víamos as pessoas a cumprir promessas, uns a caminhar com esforço, outros descalços, agradecendo a Deus ou apenas porque sim. E à noite assistíamos ao fogo de artifício, de boca aberta, com as cores a reflectirem-se nos nossos olhos e 'PUM!' 'Ei, que susto que apanhaste!'. No dia seguinte havia sempre bolo de anos, os anos da minha Madrinha, e voltávamos a ver a procissão, agora a subir até ao Peso, com menos gente, menos crianças, cansadas do dia anterior. Era bonito e éramos felizes.
Hoje em dia já ninguém vem às Festas. Muito pelo contrário. A Família foge daqui, cada um para seu canto, para evitar a confusão, não notando que entra noutra confusão, a da cidade e da Vida. E é pela confusão da Vida que cá estou este ano, porque a Família é para as ocasiões, porque hoje é feriado e as senhoras que ajudam a minha Avó a cuidar do meu Avô vêm só de manhã. E porque tinha saudades disto tudo, do riso e das palermeiras que faço com a minha Avó ('Cócegas não!'), do meu Avô a ler o jornal, do sino da Igreja a tocar a cada meia hora. Mas fiz questão de ver parte da procissão, que hoje em dia nada me diz, e o fogo, que continua a reflectir-se nos meus olhos e nos olhos da minha Avó, quando nos pomos as duas à janela, embora tenha perdido parte do seu encanto quando descobri as reacções químicas. E a minha avó contou-me histórias de quando eu era pequena, de quando eu mesma fui nesta procissão, vestida de uma qualquer Santa, de cujo nome não me recordo, mas que na altura era importante, do ano em que fez frio mas fizemos questão de ver na mesma o fogo e nos enrolámos em mantas, na varanda do Apartamento. E eu sorri o tempo todo. Porque apercebi-me que mesmo com tudo o que se tem passado, a minha Avó é feliz, e eu sou feliz e se alguém que nos rodeia não o é, havemos de ter a força para lhe mostrar como ser. Porque somos Família, e é isso que a Família faz.

Saturday, August 14, 2010

Tarte de Frutos Silvestres



Ontem deu-me uma súbita vontade de cozinhar. (Talvez fosse do vestido à Judy Garland, como diz uma das minhas tias...) Não me apetecia fazer bolos nem nada quente já que, afinal de contas, é Verão. Decidi-me por uma tarte de frutos silvestres. Levantei-me cedo (cof...cof...cof...), liguei o forno e comecei a fazê-la. Eis o resultado:









A apresentação não é a melhor, mas de sabor está realmente boa. E cumpriu o objectivo: sinto-me bem.

Friday, August 13, 2010





" - Quando nos encontrámos pela primeira vez, na universidade, antes de nos tornarmos ... amigos... bem, eu tinha um fraquinho por ti. Não era bem um fraquinho. de facto, era um fraquinho gigantesco. Durante tempos infinitos. Escrevia poemas palermas e tudo.
- Poemas, a sério?
- Não me orgulho disso. 
- Estou a ver, estou a ver - Ele cruzou os braços, assentou-os no rebordo da mesa e olhou para baixo. - Bem, lamento, Em, mas isso não conta.
- Não, porquê?
- Porque disseste que tinha de ser alguma coisa que eu não soubesse.
Ele sorria, e ela mais uma vez foi recordada da capacidade quase ilimitada que ele tinha de a desiludir.

(...)

- Então, o que aconteceu?
Ela olhou para o fundo do copo.
- Imagino que seja uma coisa que se ultrapassa com o tempo. Como o herpes zóster.
- Não, a sério, o que aconteceu?
-Comecei a conhecer-te. Tu curaste-me de ti."

Um dia, David Nicholls


Leio livro atrás de livro, tal como nos bons velhos tempos. Acabam em poucas horas, desde que decida dar descanso à internet e à televisão. Nada de muito sonante, literatura ligeira, que o cérebro teima em queixar-se de cada vez que tento ler algo mais. Ontem entrei na Pretexto da Rua da Paz, olhei para a prateleira de livros recomendados e vi um único exemplar de 'Um dia'. No dia anterior tinha estado no café até à uma e meia da manhã com um sentimento de nostalgia a envolver todos à minha volta (a dada altura começámos a sentir-nos velhos e fugimos para a discoteca. Pormenores.), e ainda não me tinha abandonado completamente. Peguei no livro e vi que se tratava da evolução de dois amigos ao longo de vinte anos. Consegui perceber que havia muitas discussões à mistura, e perguntei-me se estaria pronta para ele. Paguei-o e saí. Acho que isso significa que sim. Comecei-o ontem à noite e identifiquei-me imediatamente com a personagem principal. Agora, secretamente, desejo que eles não fiquem juntos. Só porque eles são amigos e não é suposto.


Wednesday, August 11, 2010

Li há pouco tempo um livro em que uma das personagens principais dizia que só se deitava quando houvesse algo no dia que tivesse valido a pena. Todo o dia de hoje valeu a pena. Obrigada.

Tuesday, August 10, 2010

Ponto de Partida.

Estás não sabes bem como. Olhas para os últimos meses e percebes que a vida se foi desfazendo e tu com ela. Mas estás aqui. Destruíste nas últimas horas o que restava de ti, por forma a começar de novo. Há quinze dias bateste no fundo. E poucos foram os que te ajudaram a sair de lá. Mas estás aqui. Com força para recomeçar e lutar por algo que valha a pena. Defines novos objectivos e planos para os alcançar e apagas objectivos e métodos passados e de certa forma falhados. Não te esqueças de os manter na memória para aprenderes algo com os teus erros. Mostra à Vida que cresceste e que sabes o que queres e que o vais conseguir. Deixa ir o que não tem importância e foca-te no essencial, nos Valores que te acompanham e nas Pessoas que também o fazem. E quando te perderes no caminho, fecha os olhos e segue o teu instinto.

Ponto de Viragem.

Este é um ponto de viragem na tua vida. Estás exactamente onde estavas há dois anos, quando pudeste começar tudo de novo. Corrige os erros que cometeste e sê quem queres ser, sem teres medo de magoar quem quer que seja. Porque com o tempo as feridas saram mas as oportunidades não voltam. Traça um objectivo e luta por ele, seja ele qual for. Porque foi assim que viveste até deixares de viver. E talvez sejas mais forte do que aquilo que achas.