Friday, June 1, 2012

Era bom quando a vida era simples. Quando as maiores preocupações do dia eram escolher o que ia vestir de manhã e o que fazer desta vez para conseguir ficar com um iogurte de morango ao lanche. Quando pedia à minha mãe sandes de ovo mexido para mim e para a minha irmã e íamos passar a tarde nas traseiras do meu bairro com as nossas vizinhas (e sentíamo-nos tão grandes!). Chegava a casa com as calças sujas de terra, fruto das brincadeiras e das 'lutas' com os outros. Brinquei muito na rua. Joguei à macaca, ao pisa-pé, futebol sem bola e ao macaquinho do chinês. Aos sábados jantávamos com os amigos da família e comíamos à pressa para jogarmos à apanhada e às escondidas. E aos domingos íamos a casa dos meus avós (uma viagem horrosa de uma hora e meia, cheia de curvas e contracurvas que invariavelmente me faziam vomitar o pequeno-almoço - e que agora se faz em 35 minutos)e deslizávamos pelo corrimão e descíamos de rabo nas escadas. Depois do almoço (que incluía sempre um gelado que íamos buscar à arca que estava na cave), íamos à 'Flor do Adro' com os meus pais, a minha tia (o meu tio ainda nao fazia parte da família) e uns amigos da minha mãe, e a minha mãe deixava-me beber um 'pingo clarinho' ao qual eu acrescentava mais açúcar do que aquele que devia (como vêem o habito do café pingado já nao é de agora!). Quando nos fartávamos do infantário eu e a minha irmã fingíamo-nos doentes e, de vez em quando, a minha mãe (fingia que) acreditava. E aí ficavamos em casa e víamos bonecos e brincávamos às barbies e às polly-pockets.

Fui uma criança feliz, e tudo o que posso desejar a todas as crianças que ainda o são é que tenham uma infância tão cheia de sorrisos e mimos como eu tive. Feliz dia da criança.

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