Sunday, December 2, 2012

Às vezes tenho pena de (quase) só ter amigos de Lisboa, pessoas que vivem com os pais e irmãos e mantêm (quase) as mesmas rotinas que tinham quando andavam no secundário.
Há dias, depois de decidir que não ia a uma festa da faculdade (que implicava usar vestido de gala e saltos altos - que não são de todo as minhas coisas preferidas, muito menos quando ando cansada e com trezentas coisas para fazer - e à qual nenhum dos meus amigos ia), comentei com uma dessas amigas que um dia me ia arrepender. Saio pouco em Lisboa. Saio garantidamente muito menos do que o que saio quando vou a casa. Em casa é rara a noite em que não vou tomar café, nem que seja um café rápido, só para dizer 'Olá!'. Em Lisboa chegam a passar meses e na grande maioria das vezes em que vou (9 em cada 10, suponho), é com as mesmas pessoas com quem saio em casa. É engraçado como é possível isto acontecer durante anos seguidos sem uma pessoa se aperceber. E depois quando finalmente pensamos sobre o assunto reparamos que o tempo que passamos com os nossos melhores amigos são dentro das quatro paredes do hospital, que a meia dúzia de vezes que nos vemos fora destas (e que pouco passam da meia dúzia) é em coisas organizadas pela faculdade, e que há alturas em que nos sabia mesmo bem um cafezinho depois do jantar, e percebemos que talvez nos faltem uns quantos amigos na vida, daqueles a quem telefonamos às dez da noite a dizer: 'vamos tomar café?' e a resposta é quase sempre sim. Daqueles que tenho em casa e que, aparentemente, me fazem falta por cá.


(Ou eu mudei um bocado no último ano ou percebi finalmente muita coisa que me tem atormentado este tempo todo)

2 comments:

  1. Não sei se a razão será essa, mas se achas que te faz bem sair mais,é uma questão de tentares arranjares condições para tal.

    Um abraço

    Pedro Ferreira.

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