Saturday, October 25, 2014

Faz hoje meio ano. Os minutos parecem passar lentamente, mas os meses acumulam-se mais rápido do que eu esperava. Aconteceu tanta coisa desde então... Perdi a conta ao número de vezes que chorei de saudades. Perdi a conta ao número de vezes que me disseram que ele estaria orgulhoso de mim, e ao número de vezes que desejei não ter feito até ao fim o banco da véspera do dia 25 de Abril.  Lembro-me muitas vezes dele. Do meu avô. A sorrir do seu lugar da mesa, a chamar pela minha avó: "Oh Lola!", a perguntar "E lá por Lisboa! Anda tudo bem?" e "Aquela filha do meu amigo, tua colega, anda bem?". Penso muitas vezes nele, e no quanto me ensinou, mesmo até ao fim. É por ele que penso duas vezes antes de dizer algo a alguém que vou estar algum tempo sem ver. É por ele que sorrio a cada velhote com quem me cruzo no Hospital, no metro e no café. E de cada vez que o faço penso nele e tenho saudades. Muitas saudades. Porque ele é que era para mim a definição de avô.

E espero, do fundo do coração, que antes de ir ele soubesse que era amado. Espero tê-lo dito vezes suficientes enquanto pude, e que antes de morrer me tenha perdoado o facto de não estar lá. Saudade.

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