No, it didn't happen
Most things never happen. Things that I fear. Things that I dream. Things that I love.
Friday, July 24, 2015
Falam sobre a felicidade. Apelidam-se de princesas, sonham viver num conto de fadas, daqueles que chegam a fazer inveja aos da Disney. Com 25 anos pensam em casar, gastam milhares de euros num só dia para celebrar o seu amor, pedem empréstimos para comprar uma casa que só vão acabar de pagar depois de estarem reformados, planeiam a melhor altura para ter um filho e discutem os prós e os contras de um determinado infantário. Não os critico. Mas claramente não é por isso que passa a minha felicidade. Quanto mais os vejo a planear e a fazer o socialmente correcto, mais quero fazer diferente. Quero viajar. Fui verdadeiramente feliz na parte de trás de uma Hiace, a chuva miudinha a aliviar o calor de uma hora de caminhada depois do carro ter começado a deitar fumo e me ter impedido de ir à lagoa Amélia, em São Tomé. Fui verdadeiramente feliz a comer um qualquer doce tradicional tailandês, comprado na rua de Bangkok por tuta e meia a um rapaz que não falava inglês mas me sorria mesmo com os dentes que lhe faltavam. Fui verdadeiramente feliz de mochila às costas por essa europa fora, a comer sandes de patê e a partilhar sonhos com desconhecidos que corriam o mundo. E isto não quer dizer que um dia não hei-de ser verdadeiramente feliz a planear um casamento de milhares de euros, a discutir as vantagens e desvantagens das fraldas de pano em comparação com as da Dodot ou a ir ao cinema por rotina à sexta-feira à noite. Mas hoje essa não sou eu. E isso não quer dizer que não fui feliz quando vi a minha afilhada rosadinha pela primeira vez, ou quando acabei o curso, ou quando dei um abraço apertado de boas-vindas à minha irmã depois de ela ter estado meses fora. Mas hoje não é disso que eu preciso. Hoje eu preciso de ganhar coragem e começar a planear fazer aquilo que me faz verdadeiramente feliz. Hoje eu preciso de ganhar coragem e escrever um e-mail que dá início ao meu conto de fadas. Em que a personagem principal não é uma princesa perdidamente apaixonada por um homem que é bonito e forte, mas uma mulher independente que não precisa de homem nenhum para seguir o seu sonho. Hoje é o dia em que eu saio da minha zona de conforto e faço alguma coisa por mim.
Wednesday, April 22, 2015
Passou quase um ano e continuo a ter muitas saudades. Tal como no ano passado também este ano vou estar de urgência na véspera do dia em que nos deixou: a vida a fazer das suas. Por isso aqui estou, quase a implorar à minha mãe que espere por mim, que me deixe ir para casa na sexta-feira em vez de sábado, sem lhe querer dizer que não quero esperar até ser demasiado tarde. Como foi há quase um ano. Porque há lições que se aprendem do modo mais doloroso possível, e esta foi uma delas.
Tuesday, February 10, 2015
Estamos no meio da confusão de um bar escolhido ao acaso num sábado à noite. Chegaste com os teus quinze minutos de atraso como habitual, depois de teres bebido demasiadas cervejas. Deste-me um beijo na testa, cumprimentaste os amigos do costume e retomámos a conversa banal que estávamos a ter. Algures pelo meio a conversa dividiu-se e ficámos só os dois a falar. 'Não consigo dormir...'. A outra metade do grupo ri-se de uma qualquer piada e eu fico só a olhar para ti. 'Já não sei ter a cama só para mim.'. Alguém pergunta se queremos beber mais alguma coisa, tu pedes um fino e eu um Sheridans, o segundo da noite. Penso para comigo que é sábado, não tenho compromissos para o dia seguinte, e mais um não tem mal. Voltamos à conversa do grupo e rimo-nos como se a tivéssemos estado a ouvir. As bebidas chegam e brindamos. A nós, ao passado, ao futuro, brinde atrás de brinde, a desejarmos o melhor uns aos outros, a desejarmos ficar assim juntos para sempre. Saímos do bar e eu não sinto a ponta do nariz. Olhas para mim e repetes 'Não consigo dormir.'. Despedimo-nos todos com beijos e abraços e desejos de um bom regresso a casa. Agarras a minha mão e pedes que vá contigo. Caminhamos em silêncio no frio da noite. Abres a porta de casa, mostras-me o teu quarto e deitamo-nos na cama. Encostas a cabeça no meu peito e choras a solidão de ter tido alguém e estar sozinho. Repetes 'Não consigo dormir..' vezes e vezes sem conta, enquanto te afago a cabeça. Não fazemos sexo. Não fazemos sexo, nem amor. Abraço-te com a força que tenho, olhas para mim e dizes 'Gosto mesmo de ti, sabias?'. Afasto as tuas lágrimas com a palma da minha mão como uma mãe a uma criança indefesa e digo-te que durmas. Embalo-te no meu colo, meu filho, meu irmão mais novo, eu própria a chorar a solidão de não ter alguém ao meu lado. E adormeces. E adormeço ao teu lado. E amanhã de manhã vou acordar demasiado cedo, e quem me vir sair de tua casa com a mesma roupa com que entrei vai achar que faço o caminho da vergonha. E ninguém vai ver nos meus olhos o quanto eu te amo por tudo isto, por precisares de mim quando eu preciso que precises de mim. E ninguém vai ver que sou tua mãe e irmã e amiga, e conselheira e música de embalar. Mas está tudo bem. Porque hoje conseguimos dormir.
Friday, December 19, 2014
Sei que estou numa fase diferente da minha vida quando
alguém me pergunta o que quero para o Natal e eu respondo: "Um balde do lixo, uma chaleira/fervedor de água, ou qualquer outra coisa para a casa".
Thursday, December 18, 2014
Coisas que não consigo descrever
Passar de uma cidade em que estão 35º para uma em que estão 10º.
Passar de conhecer sítios novos, experimentar comida nova e aproveitar o sol para procurar casa e pensar no tamanho da minha ignorância e na influência que isso ai ter a partir de dia 2 de Janeiro.
Passar de controlar um orçamento para 2 semanas de férias para programar os gastos de um mês para conseguir poupar parte do ordenado.
Passar de estar descansadinha da vida para ter preocupações de gente grande.
Parece que faltam 2 semanas para começar a trabalhar. E mudar de cidade (outra vez!). E viver sozinha (outra vez!).
Sunday, November 30, 2014
Saturday, November 22, 2014
FÉRIAS!!!
Está feito! Não foi brilhante mas não foi mau, e quase de certeza que me dá acesso à especialidade dos meus sonhos. Os últimos 2 dias foram absolutamente estranhos e indescritíveis: passar de estudar 14 horas por dia para 0, de ter o dia todo ocupado para não ter nada que fazer é toda uma nova sensação. Para já vim a casa dizer aos meus pais que ainda estou viva e visitar a minha avó. Passei muito tempo ao telefone a pôr conversas em dia, e tenho muitos cafés e planos sociais programados para tentar compensar o tempo que estive enclausurada. Ah, e tenho de decidir para onde vou no próximo ano, mas isso é só um pequeno pormenor.
Para já, vai mais um episódio de uma série, que é uma e meia da manhã mas amanhã não tenho de estar a pé antes da hora do almoço!
Para já, vai mais um episódio de uma série, que é uma e meia da manhã mas amanhã não tenho de estar a pé antes da hora do almoço!
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